Há tempos não escrevo por aqui. Estou tão enrolada nos meus experimentos - que se multiplicam em escala exponencial, que ando desmotivada até para jogar vídeo-game. Só os puzzles se salvam na história.
Pois bem, hoje estive no Theatro Municipal de São Paulo para assistir a Orquestra Experimental de Repertório (sob regência de Jamil Maluf) executando uma ópera de Igor Stravinsky, The Rake's Progress. Não preciso dizer que adorei, pois sou suspeita para falar de concertos e óperas.
A ópera fala, basicamente, de um sujeito (Tom Rakewell) que não é muito apegado ao trabalho e acredita ter recebido uma herança de um tio que nunca conheceu. A notícia da herança é dada por um suposto "empregado" do tio falecido, chamado Nick Shadow. Tom deixa a namorada (Anne) no campo e parte para Londres com Shadow, e ambos fazem um acordo: em exato 1 ano e 1 dia, Tom pagaria Nick por seus serviços.
Já em Londres, Tom, influenciado por Shadow, cai no submundo, e aí passam-se meses. Ainda sob influência, Tom casa-se com uma mulher barbada de circo (Baba, a Turca), mesmo sem ter esquecido o seu amor, Anne (a mocinha acaba indo atrás do amado, mas descobre que ele se casou). Insatisfeito com o casamento, Tom manda a Baba pras cucuias, sem contar que no mesmo período ele estava falido e todos os seus bens foram leiloados (inclusive a Baba, óhhh que dó).
Aí vem o ápice do enredo: após 1 ano e 1 dia, Shadow marca um encontro com Tom no cemitério, porque na verdade o Shadow era um capetão disfarçado e queria a alma do Tom (esse era o pagamento, sacou?). Atendendo aos pedidos de misericórdia, o diabo acaba fazendo uma proposta ao mocinho libertino, se ele ganhar num jogo de cartas, sua alma estará livre. Embora Tom tenha ganhado a aposta, o diabo vai embora levando consigo a razão do infeliz.
Tom fica louco, se achando Adônis à procura de sua Vênus. Anne vai visitá-lo no hospital de loucos, se finge de Vênus para não contrariá-lo, mas entende que seu amor nunca mais será retribuído da forma como deveria ser. Abandonado, Tom morre.
E aí vem a lição de moral: "para mãos, corações e mentes ociosas, o diabo acaba encontrando uma ocupação".
Em algumas partes, não lembra Fausto, de Goethe???
Bom, escrevi demais. Bora pular para as fotos.
Palco do Theatro Municipal.
Um dos salões do Theatro. No centro da sala (onde as pessoas estão concentradas), há uma mesa com tampo espelhado que reflete a obra pintada no teto. Desta maneira, não é preciso olhar para cima para apreciar a pintura.
Vale do Anhangabaú.
A Lua, toda tímida.
1 comentários:
Bom dia!! Encontrei seu blog procurando pelo puzzle "Alegoria da Visão" que estou montando agora, e sem querer vi sua postagem da ópera "Rake's Progress". Praticamente estávamos no mesmo lugar haha
Estava sentando na A3 e A5, no Foyer mesmo, no dia 16! Apresentação incrível!
Acabei comprando assinatura para as outras óperas desse ano, porém acabei pegando lá embaixo.
Abraços
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