terça-feira, 19 de março de 2013

Feriado produtivo

terça-feira, 19 de março de 2013

Hoje é feriado - prolongado - em São José dos Campos, e eu só descobri isso na hora do almoço. O lado bom desse desconhecimento de feriado foi que eu não fiz plano algum de passeio, logo não parei de trabalhar na sexta-feira passada. E outra, mesmo que eu "quisesse" passear, não daria certo: estou sem dinheiro e com tarefas até o pescoço (sem contar o cesto de roupa suja que tenho para lavar e uma cadeira com roupa até o teto para passar). Pior do que ser estudante é não ter faxineira/passeira/lavadeira; é muito complicado conciliar as tarefas do lar com as tarefas acadêmicas. E nem citei o cachorro.

Mesmo sendo feriado, com chuva e frio, vim para o Instituto. Incrível como este lugar está às moscas, e isso não é por causa do feriado, não! Durante a semana, em dias úteis e normais, o movimento também está fraquíssimo. Fico comparando os dias de hoje com a época em que ingressei no Mestrado, em meados de 2006, para fazer matéria isolada. As salas eram lotadas de alunos de pós-graduação, tínhamos que concorrer por uma mesa e cadeira caso quiséssemos desenvolver a pesquisa aqui dentro, usando a infra-estrutura da Computação. Hoje, a sala mais cheia é a que me encontro, com 6 alunos (e somente eu e mais 2 alunos em tempo integral e dedicação exclusiva), justamente porque é a única sala onde o ar-condicionado funciona; as outras salas estão vazias.

O bom desse 'esvaziamento' é que temos mais tranquilidade e silêncio para trabalhar, mas eu penso que é terrível não ter pessoas para vez ou outra conversar, compartilhar as expectativas e frustrações do curso e do andamento das pesquisas, trocar ideias, entre outras coisas. De fato, a minha época mais produtiva aqui no Instituto foi durante o Mestrado, quando eu tinha mais pessoas para conversar e trocar ideias a respeito dos meus projetos.

O contato, ou networking, é fundamental no meio acadêmico. Esse papo de que cientista é bicho isolado é furado. Hoje em dia não tem como se isolar. É como ir em um congresso (ou simpósio, workshop, que seja) e não trocar uma palavra com as outras pessoas que lá estão. Além de ter conhecimento, temos que expor e fazer valer esse conhecimento; compartilhar ideias, fazer parcerias em projetos, montar grupos de pesquisas com outros institutos e universidades. E é nessa hora que eu penso: estaria o ITA se transformando numa ilha isolada?

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